A última coisa da qual Joana* se lembra é da tela do computador.
Quando “acordou”, estava no pronto-socorro de um hospital particular. “Eu estava confusa. Não sabia como tinha ido parar ali.
O médico me fazia perguntas e eu não conseguia responder. Era como se minha mente tivesse sido totalmente apagada”, relata a gerente de negócios.
Depois de horas de internação e alguns exames, ela recebeu o diagnóstico: síndrome de Burnout.
“Nunca tinha ouvido falar nessa síndrome, então fiquei bastante assustada no começo”, conta. “Fui afastada do trabalho, e o médico me aconselhou a não dirigir e nem a andar sozinha durante os primeiros dias após a crise, com receio de que eu pudesse ter um novo episódio.”
A Síndrome de Burnout foi oficializada em junho de 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma síndrome ocupacional. O transtorno pode ser caracterizado como um desgaste que prejudica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, levando a um esgotamento profissional.
Em outras palavras, a relação com o trabalho deixa de ser prazerosa e se resume em estresse e nervosismo intensos.
Síndrome de Burnout – Sinais de alerta!
“Estava vivendo uma fase de muita cobrança. Eu tinha pesadelos com situações do dia a dia da empresa, estava sempre irritada e de mau humor.
Achava que tudo isso era normal da minha profissão”, relata Joana.
Sem saber, ela já apresentava alguns sintomas de Burnout.
Outros são:
- distúrbios do sono
- alterações de humor, agressividade
- falhas de memória e dificuldade de concentração
- depressão, sentimento de desesperança, apatia, desânimo e falta de prazer nas coisas
- pessimismo, falta de confiança e baixa autoestima
- esgotamento físico e mental
- problemas de saúde
Como oferecer apoio?
Como ajudar aquele colega que foi diagnosticado com Síndrome de Burnout?
A primeira dica é evitar ao máximo falar sobre assuntos de trabalho fora do ambiente da empresa. “Muitas vezes o restaurante era uma extensão da sala de reunião.
Depois de passar pela crise, faço questão que meu almoço seja tranquilo, sem chateações ou preocupações.
Meus amigos já sabem que se falarem de trabalho, mudo de mesa”, diz a gerente de negócios.
M uitas empresas têm consciência de que é importante cuidar da saúde mental de seus colaboradores.
Para isso, elas têm investido em treinamentos e workshops com a liderança.
“É preciso saber não só identificar os sintomas, mas, principalmente, saber lidar com colaboradores que estão enfrentando problemas de saúde mental.
O que aconteceu comigo serviu de exemplo para uma mudança de comportamento geral onde trabalho.
Espero que as empresas tomem providências antes de seus funcionários adoecerem”, desabafa.
Melhor prevenir
- 70% dos brasileiros sofrem com algum grau de estresse. Desses, 30% desenvolveram a Síndrome de Burnout.
- Até 2022, a depressão será a maior causa de afastamento do trabalho no Brasil.
- De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, em 2018, houve um crescimento de 114% no número de benefícios de auxílio-doença concedidos a pessoas diagnosticada com síndrome de Burnout, em comparação com 2017.
P odemos ajudar – A Palestrarte possui profissionais em diversas áreas, inclusive de saúde mental!